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A bolsa rompeu, e agora?

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Quando você leu o tema do texto, que cena te veio à mente? Aquela típica cena de novela onde bolsa estoura e a mulher sai correndo para o hospital com a família eufórica, e instantes depois o bebê nasce, não é? Mas na vida real não é bem assim.

Vamos por partes. Durante a gravidez, o bebê está no útero, envolto dentro de uma membrana que contém um liquido produzido pelo corpo da mãe, o líquido amniótico. Esse líquido protege o bebê de impactos e possíveis problemas com infecção e é nele que o bebê cresce e se desenvolve com a nutrição da placenta.

De 85 a 90% dos casos a bolsa se rompe após o início de trabalho de parto ativo, ou seja, lá pros 7 – 8 cm de dilatação. Somente de 10 a 15% das gestantes tem ruptura repentina da bolsa antes do trabalho de parto começar.

Mas o que fazer se sua bolsa romper?

Diferentemente do que pensam muitas mulheres, o rompimento da bolsa não é sintoma do trabalho de parto. Então o primeiro passo é manter a calma! Seu bebê não vai nascer de repente!

Se o líquido for claro, tome um banho, coloque um absorvente, e avise seu obstetra. Sabe-se que 70 a 80% das mulheres entram em trabalho de parto de forma espontânea até 12 horas depois do rompimento da bolsa.

Se o líquido estiver escuro ou esverdeado, é preciso ir imediatamente para a maternidade, pois isso pode indicar sofrimento fetal.

Se você está com menos de 37 semanas e a bolsa estourou, ou está vazando líquido, entre em contato com o médico e vá para o hospital o mais rápido possível.

A conduta na bolsa rota depende da idade gestacional, mas se tratando de um bebê a termo. Existem duas possibilidades de conduta:

De forma Ativa, com indução do parto
Forma Expectante, aguardando o inicio do trabalho de parto espontâneo
Aguardar o trabalho de parto começar pode levar até 4 dias. A partir das 12 horas de rotura o ideal é monitoramento fetal e materno, vitalidade, mudanças de temperatura, presença ou não de mecônio.

Como a membrana está rompida o risco de infecções aumenta, pois a vagina forma um canal direto com o útero, já que não há mais a proteção da membrana. O risco gira em torno de 2% a 3% neonatal e de 4% a 8,6% nas mães, por isso os médicos iniciam uso de antibióticos após 8h de rompimento.

No caso de manter conduta expectante, o ideal para um bom resultado é:

Evitar ao máximo qualquer exame de toque, principalmente fora de trabalho de parto, quanto mais exames, maiores as chances de desenvolvimento de infecção;
Monitorar se bebê esta se mexendo normalmente;
Alimentação normal a cada 3 hora no mínimo;
Se manter hidratada, pois o organismo da mãe repõem o líquido que o bebê precisa;
O sexo não é indicado nessa situação.
Cabe à mulher junto a sua equipe médica, avaliar os riscos e vantagens da indução, de forma consciente.

É importante manter a calma, ter a consciência que o parto pode demorar muitas horas para iniciar.
A cesariana só é necessária se houver sinais de infecção ou se a indução não estiver funcionando, depois de mais de pelo menos 12 horas.